Das coisas mais complexas na sociedade se destacam as relações entre as pessoas. São encontros entre mundos diferentes, muitas vezes opostos. Acomodar, num mesmo espaço, em sintonia, universos que, muitas vezes, não se complementam, nem se afinam, é uma árdua tarefa.
Relacionar-se requer paciência, empatia, entendimento e imparcialidade, seja em qualquer instância dessa vida. Nas famílias, nas amizades, no trabalho, na escola, em todo e qualquer lugar de convivência mútua, surgirão arestas que deverão ser aparadas. Pontos de vista se chocarão, ideias entrarão em conflito, não importa o tanto que se evite isso. Chegará o momento do confronto e saber lidar com isso será crucial, para que os conflitos não desandem para embates agressivos.
No entanto, o bom disso é que, quando se consegue harmonizar a convivência, com maturidade e sabedoria, surgem laços muito fortes e duradouros. Seja no amor, em casa, na rua, onde for, fortaleceremos nosso afeto e nossa lealdade com as pessoas com quem conseguimos conviver com serenidade, ainda que haja diferenças. Digo lealdade, que, para mim, é mais importante do que a fidelidade.
A fidelidade é superestimada, porque ela, por si só, não é suficiente para que um relacionamento seja realmente verdadeiro. A pessoa pode ser fiel ao outro, mas não motivá-lo, não vibrar com as suas conquistas, não ser ou estar presente, sem caminhar junto. Os laços necessitam mais do que isso, necessitam de não largar as mãos, mesmo quando a tempestade estiver desabando. Ficar junto até no fundo do poço.
Por isso que digo: fala-se muito em fidelidade, mas eu prezo mesmo a lealdade. Quem é leal a você jamais irá te trair, seja no amor, na amizade, seja no trabalho. Pessoas leais nos defendem quando não estamos por perto. A lealdade é uma das mais nobres virtudes do ser humano.
Imagem: Natalie Runnerstrom