Conviver em sociedade é um exercício diário de paciência e de tolerância. São muitos universos distintos tendo que dividir um mesmo espaço. Pessoas com histórias próprias, carregando pensamentos discordantes, com comportamentos que destoam uns dos outros. Impossível, pois, não haver divergências.
A não ser que a pessoa utilize máscaras que se adequem a cada ocasião, a cada lugar, a cada grupo, ela fatalmente irá encontrar alguém de quem discorde, alguém com quem não tenha a mínima afinidade, alguém a se manter distância. Ninguém é unanimidade e ninguém consegue gostar de todo mundo. O santo não vai bater, algumas vezes, e, nesses casos, o máximo que se pode fazer é manter o respeito e cair fora.
Num mundo composto por diversidades em todos os setores da vida, torna-se impossível viver em harmonia sempre, o tempo todo, em todos os lugares, com todas as pessoas. Somos humanos e, portanto, passíveis de sentimentos negativos, como antipatia, raiva, contrariedade. Às vezes, perderemos a razão, falaremos mais do que deveríamos, agiremos de forma inadequada. Ninguém é de ferro.
Por isso, ainda que existam pessoas que consigam orbitar com tranquilidade por vários ambientes, pela sua natureza pacífica e conciliadora, em um ou outro momento, elas estarão fervendo por dentro, enquanto seus semblantes permanecerão serenos. Porque elas possuem sentimentos, pontos de vista e graus de tolerância, e isso tudo se encontrará em conflito com o que vem de fora, inevitavelmente. Ninguém é um robô.
Ou isso, ou se estará praticando a dissimulação. Existem pessoas que possuem uma grande rede de conhecidos. Transitam bem por todos os ambientes. Não parecem possuir desafetos. Muitas delas, porém, plantam discórdias silenciosamente. Tem gente que é colega de todo mundo, mas não é amiga de ninguém. Fique esperto.
Imagem: Moren Hsu
As pessoas nos tratam de acordo com o que elas são.