Nenhum relacionamento é fácil, seja amoroso, de trabalho, de amizade, seja qual for. A tolerância deve permear toda e qualquer relação em nossas vidas, ou nunca conseguiremos levar adiante laço algum. Porém, o mais importante nisso tudo, é usar a tolerância em favor de nossa saúde mental.
É necessário ter em mente, com clareza, o quanto conseguiremos nos doar e o quanto necessitaremos de retorno, focando numa equação que não pese demais para nenhum dos lados. É preciso saber qual é o nosso valor, o que merecemos, o tanto que nos desgastamos, para que não cheguemos ao fim do dia extenuados e com a maior parte do peso pendendo sobre nossas cabeças.
Cada pessoa deve fazer a sua parte, como dizem, ou então alguém estará fazendo a parte de quem não faz. Ou seja, alguém estará sobrecarregado, enquanto o outro caminha livre, leve e solto com a leveza decorrente de não ter assumido as suas responsabilidades. E isso diz respeito tanto ao que é da prática quanto ao que é dos sentimentos. Geralmente, tomar para si responsabilidades que não são suas acaba esgotando, entristecendo, devastando a pessoa por dentro e por fora.
Nos relacionamentos amorosos, devemos dar uma atenção ainda maior a essa questão, afinal, é ali que deverá ser o nosso refúgio, a nossa calmaria, onde reabasteceremos a energia e nos renovaremos para enfrentar o mundo lá fora. Às vezes, por necessidade, teremos que suportar, por um tempo, um emprego que não nos realiza, mas nada pode nos forçar a manter em nossas vidas alguém que deveria nos amar, mas nos faz sofrer.
Nada deve nos fazer forçar um relacionamento tóxico, infeliz, insalubre. A gente até pode tentar conversar com o parceiro e dizer o que incomoda, mas, caso ele não nos ouça, caso nada mude, é hora de partir. Tente ir embora de um relacionamento com alguma força dentro de si, para que o recomeço venha mais rápido. Não espere estar destruído para resolver ir embora. Será mais difícil, porque seu cansaço tentará te enganar quanto à necessidade de partir. Ouça os sinais, eles costumam gritar. Ouça os sinais.
Imagem: Angelo Pantazis