Não é fácil se manter firme nas decisões tomadas, quando elas envolvem pessoas que amamos, com quem temos laços afetivos. Ainda mais se tais decisões carregarem um tanto de sofrimento aos nossos queridos. Porque a gente acaba sofrendo um pouco junto também, enquanto assiste ao outro amargando as consequências do que fez.

 

Um exemplo claro disso diz respeito aos filhos. Quando fazemos com que eles aprendam, na dor, a lidar com as consequências de seus comportamentos, privando-os de algo de que gostem, muitos de nós ficamos com o coração apertado. Por isso, não devemos exagerar quando punirmos, ou muito provavelmente voltaremos atrás. E isso acabará derrubando por terra todo o aprendizado que os filhos teriam.

 

Nunca será fácil lidar com o sofrimento de quem amamos, mesmo quando temos a certeza de que aquilo tudo servirá de lição, de aprendizado, para que a pessoa se torne melhor e mais gente de verdade. No entanto, deixar o outro atravessar a escuridão da colheita de suas más escolhas será uma das maiores provas de amor que poderemos dar a ele. Amar requer, muitas vezes, a renúncia ao que desejamos, em favor daquilo que é o mais certo naquele momento.

 

 

E, quando se trata de relacionamentos amorosos, vale a mesma coisa. A firmeza de nossas atitudes será providencial, para que os limites de nossos espaços sejam estabelecidos de forma clara. O outro tem que se conscientizar do que permitimos, até onde pode avançar ou não. A nossa dignidade não pode, em hipótese alguma, ser diminuída, esquecida, aviltada, menosprezada. Por nada. Por ninguém.

 

Pode até doer, mas a gente sabe muito bem o que deve ser feito, quando nos machucam e nos decepcionam. E a gente tem que fazer, tem que doer, tem que chorar, morrer e renascer, enquanto vamos construindo nossos caminho, nossa jornada, nossos amores, nossas marcas e cicatrizes. Fica tudo mais sólido e a gente mais forte. Portanto, mantenha seus posicionamentos, sustente suas palavras. Em casa, no trabalho, na vida. Não volte atrás, caso você tenha tomado a decisão certa.

 

Imagem: Dovile Ramoskaite