Nossa relação com o tempo quase nunca é das melhores. Às vezes, corremos contra ele; outras vezes, queremos que ele estacione, paralise. Sonhamos com novos tempos, lamentamos um tempo que passou, guardamos tempos bons em nossos corações, tempos que nos resgatam, muitas vezes, de nossas escuridões.
Hoje, parece que tudo está muito corrido, acelerado, rápido. É como se nunca tivéssemos o tempo necessário para cumprir com nossas obrigações. É como se nunca tivéssemos tempo nem para um mínimo de lazer. No trabalho, as tarefas acumulam. Em casa, seriados inacabados, filmes pendentes, conversas adiadas. Amigos sem tempo de se encontrarem, mantendo laços, na maioria das vezes, virtuais.
Em tempos idos, as pessoas costumavam atrelar as idades das pessoas àquilo que seria mais adequado para elas. Havia um regramento informal que determinava o que podia ou não em cada faixa etária. Assim, as pessoas tinham aquela ideia de que não dava mais tempo, por exemplo, de fazer faculdade, de viajar para o exterior, de começar um novo relacionamento. Quanto mais a idade avançava, menos as pessoas achavam que poderiam começar algo ou recomeçar.
Felizmente, o tempo também se renova, abrindo espaços de mudanças positivas, que oxigenam e aparam as arestas que emperram a fluidez de que a vida se alimenta. Hoje, vemos a idade não mais sendo obstáculo para que se iniciem novos ciclos, novos projetos, para que se tracem novas metas. A maioria das pessoas já consegue entender que o amanhã é repleto de oportunidades, que o passado pode se tornar um passado distante, que o tempo pode ser um grande aliado de suas esperanças.
É preciso entender que nós pode e temos o direito de iniciar e reiniciar quando bem entendermos. Não existem impedimentos, caso haja força de vontade, sonhos e motivação no coração. Nunca é tarde para desfazer amizades falsas, relacionamentos falidos, para romper vínculos tóxicos. Nunca é tarde para iniciar novos projetos, novas esperanças, novos “você”. Nunca será tarde.
imagem: James Balensiefen