Quantas e quantas vezes a gente se vê em meio a situações delicadas, desesperadoras, sem conseguir entender como fomos parar ali. Podemos estar no lugar errado e na hora errada, sofrer os respingos de atitudes das pessoas que amamos, ser alvo de calúnia e difamação. O que é injusto machuca e revolta, mas passa. Cura.
Às vezes, até irrita esse papo de que as dificuldades vêm para o bem, que nada é por acaso. No momento em que estamos embaixo da tempestade, isso não parece importar, porque, ali, nada parece fazer sentido. E ficamos tentando sobreviver, questionando os porquês que não se clareiam e a dor que torna tudo ainda mais confuso. Queremos soluções, esclarecimentos, alívio. Mas demora.
Nesses momentos, a gente percebe exatamente quem nos ama de verdade. Seja por palavras, por atitudes, seja por apenas estar ali passando a certeza de que podemos contar com aquela pessoa. E a gente também percebe como existem pessoas maldosas, como a necessidade de fofocar é maior do que a empatia e o acolhimento em alguns indivíduos. É urgente a necessidade de as pessoas tomarem consciência do quanto isso machuca.
Não tem outro jeito, a não ser tentar se segurar, manter as esperanças e aguardar a passagem do tempo. É difícil e doloroso esse processo, mas é o único a ser atravessado. As coisas se ajustam, a dor diminui, a verdade vai aparecendo, a gente começa a respirar melhor. Percebemos que não há o que temer, quando não agimos nem fizemos nada para estar passando por aquilo. E vai surgindo uma força tão grande dentro da gente, que tudo vai se tornando mais lúcido e leve.
Você vai passar por situações que não merecia, mas que você precisava passar. Para perceber a força que tem. Para aumentar a sua fé. Para saber quem merece ficar. Para deixar de ser trouxa. Para se tornar uma pessoa ainda melhor e capaz de recomeçar, tantas vezes forem necessárias.
Imagem: Arnel Hasanovic
As pessoas nos tratam de acordo com o que elas são.